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sexta-feira, maio 04, 2007

As cidades invisíveis: Otávia



(...) Agora contarei como é feita Otávia, cidade-teia-de-aranha. Existe um precipício no meio de duas montanhas escarpadas: a cidade fica no vazio, ligada aos dois cumes por fios e correntes e passarelas. Caminha-se em trilhos d emadeira, atentando para não enfiar o pé nos intervalos, ou agarra-se aos fios de cãnhamo. Abaixo não há nada por centenas e centenas de metros: passam algumas nuvens, mais abaixo, entrevê-se o fundo do desfiladeiro.
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Suspensa sobre o abismo, a vida dos habitantes de Otávia é menos incerta que a de outras cidades.Sabe-se que a rede não resistirá mais que isso.
Italo Calvino
As cidades invisíveis / As cidades delgadas 5

As cidades invisíveis: Fedora



No centro de Fedora, metrópole de pedra cinzenta, há um palácio de metal com uma esfera de vidro em cada cômodo. Dentro de cada esfera, vê-se uma cidade azul que é o modelo para uma outra Fedora. São as formas que a cidade teria podido tomar se, por um arazão ou por outra, não tivesse se tornado o que é atualmente. Em todas as épocas, alguém, vendo Fedora tal qual era, havia imagibado um modo de trtansformá-la na cidade ideal, mas, enquanto construía o seu modelo em miniatura, Fedora já não era mais a mesma de antes e o que até ontem havia sido um possível futuro hoje não passava de um brinquedo numa esfera de vidro.
Italo Calvino
As cidades invisíveis / As cidades e o desejo 4